segunda-feira, 30 de setembro de 2013

VISCONDE DE MAUÁ

 VL HARO
 
BIOGRAFIA
 
Irineu Evangelista de Sousa, barão e visconde com grandeza de Mauá, (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813 – Petrópolis, 21 de outubro de 1889 ) foi um comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro.
 
Aos cinco anos de idade, Irineu perdeu o pai, assassinado. Três anos depois, sua mãe se casou de novo e o entregou a um tio. Após um período em São Paulo, Irineu viajou para o Rio de Janeiro e, aos 11 anos, empregou-se como balconista de uma loja de tecidos.


Em 1829, a loja foi adquirida por Ricardo Carruthers (1830), que ensinou ao jovem inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos, Irineu já era sócio da firma. No ano seguinte, em 1837, com a volta dos donos para a Inglaterra, Irineu ficou na direção do negócio.

Comprou uma chácara em Santa Teresa e ajudou os revolucionários farroupilhas a fugir das prisões no Rio de Janeiro. Em 1839 foi ao Sul buscar a mãe e a irmã. Com elas veio Maria Joaquina Machado, com quem ele se casou em 1841.

A sua primeira viagem à Inglaterra em 1840, convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Em 1844, a lei Alves Branco elevou a tarifa sobre as importações e no ano seguinte Irineu fechou a casa Carruthers & Cia.

Iniciando o ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira (1846), em Niterói, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro.

Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro (1851), organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas (1852), implantou nossa primeira estrada de ferro, de Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854) e realizou o assentamento do cabo submarino (1874).

Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da Ferrovia Dom Pedro 2º. (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (Santos-Jundiaí).

Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova York, Buenos Aires e Montevidéu.

Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações.

Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato (1873) para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária (1864). Com a falência do Banco Mauá (1875) o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Mauá deu um exemplo de honradez quando incluiu, na listagem para leilão, seus bens pessoais, como os aros de ouro de seus óculos.

Doente, com o organismo minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão (1854) e visconde (1874) de Mauá.

PEDRO AMERICO

JD MAGNÓLIAS
 
BIOGRAFIA
 
Pedro Américo de Figueiredo e Melo tinha apenas 10 anos quando foi escolhido como desenhista da missão científica do naturalista francês Louis Jacques Brunet, para estudar a flora e da fauna do Nordeste do Brasil.

Depois de se formar em Belas Artes no Rio de Janeiro, Pedro Américo obteve uma bolsa de estudos dada pelo imperador Pedro II e foi para a Escola de Belas Artes em Paris, na França, onde aperfeiçoou seu estilo com os pintores Jean-Auguste-Dominique Ingres e Horace Vernet.


Na capital francesa, cursou filosofia e literatura na Universidade Sorbonne, além de iniciar o estudo da física no Instituto Ganot. Também escreveu poemas, estudos e romances. Seu ensaio sobre a "Refutação da Vida de Jesus por Renan" valeu-lhe a comenda papal da Ordem do Santo Sepulcro. Entre suas obras literárias e filosóficas, destacam-se "A Reforma da Academia de Belas Artes de Paris", "Discursos sobre a Estética e Ciência e os Sistemas".

Obteve o doutorado em ciências físicas em Bruxelas, na Bélgica. Antes de voltar ao Brasil, passou por Lisboa, onde se casou com a filha do Conde de Porto Alegre. No Rio, tornou-se professor de desenho da Academia Imperial de Belas Artes. A seguir, ganhou a cátedra de história da arte, estética e arqueologia - esta última uma paixão do imperador Pedro II.

Américo foi um entusiasta da pintura histórica. Tinha 43 anos quando assinou um contrato com o governo do estado de São Paulo, em 14 de julho de 1886, para pintar a "Proclamação da Independência". Devia entregar a obra pronta em 1889, mas terminou um ano antes. O trabalho foi todo feito em Florença, onde foi exposto, em abril de 1888, antes de ser entregue ao governo paulista, em 14 de julho daquele ano - é a tela conhecida como "Grito do Ipiranga".
 
 
 
 
Pintou seu auto-retrato a pedido do governo italiano, para ser colocado na sala de pintores célebres da Galleria Nazzionale degli Uffizzi, em Florença, a cidade italiana conhecida como berço da arte. Isso equivaleu a uma consagração.

Seus quadros mais conhecidos são "Batalha do Avaí", "Grito do Ipiranga", "Judith e Holofernes", "Rabequista Árabe, "Tiradentes esquartejado". A "Batalha do Avaí", segundo Cardoso de Oliveira, seu biógrafo, é considerada uma das mais notáveis obras-primas da arte mundial. Com 48 metros quadrados, a pintura representa a batalha da guerra do Paraguai. Os personagens de maior destaque na cena são o duque de Caxias e o general Osório, este no momento em que é atingido por um tiro na boca.

Eleito deputado na Assembleia Constituinte de 1890, apresentou projetos de interesse cultural. Em 1900, em Florença, pintou "Paz e Concórdia", a grande tela alegórica que foi seu último trabalho e está exposta no Palácio do Itamarati, em Brasília.

Américo foi um dos mais famosos artistas de sua época e é um dos principais nomes da pintura histórica brasileira. Morreu em Florença, aos 62 anos, e foi enterrado na Paraíba, a pedido do governo do estado.

JULIO DE MESQUITA FILHO

JD DOS ESTADOS
 
BIOGRAFIA
 
Jornalista e advogado paulista (14/2/1892-12/7/1969). Diretor do jornal O Estado de S.Paulo, fundador da Rádio Eldorado (1958) e do Jornal da Tarde (1966). Filho do proprietário de O Estado de São Paulo, Julio de Mesquita Filho nasce na capital paulista e, aos 12 anos, vai estudar em Portugal e depois na Suíça. Em 1911 ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em 1916.
 
Em 1915 inicia carreira no jornalismo, no Estadinho, edição vespertina de O Estado de São Paulo, e participa da campanha pela instituição do serviço militar obrigatório, encabeçada por Olavo Bilac. Em 1919 apóia a candidatura de Rui Barbosa à Presidência da República.
 
Assume a secretaria de redação do Estado em 1920. Em 1926 coloca-se a favor da Coluna Prestes e participa da fundação do Partido Democrático. Em 1927 assume a direção do jornal. Em 1929 apóia Getúlio Vargas para presidente e a Revolução de 1930. Rompe com Vargas e torna-se um dos líderes da Revolução Constitucionalista de 1932; é preso e depois se exila em Portugal.
 
Volta no fim de 1933 e preside a comissão de planejamento da Universidade de São Paulo em 1934. Durante o Estado Novo, é preso 18 vezes, se exila na França, nos Estados Unidos e na Argentina. Em 1940, O Estado de São Paulo sofre uma intervenção federal que dura cinco anos.
 
Em 1960 dá apoio à candidatura de Jânio Quadros e, após sua renúncia, combate João Goulart. Aprova o golpe militar de 1964 e, em 1966, volta-se contra o regime autoritário.
 
Morre em São Paulo.

DOM BOSCO

VL ESPIRITO SANTO
 
BIOGRAFIA
 
Dom Bosco (1815-1888) foi um sacerdote católico italiano, canonizado pela igreja católica. Considerado grande protetor da juventude e atuante em assuntos sobre educação.
 
João Melchior Bosco nasceu em Becchi, filho de Francesco Bosco, tendo por mãe Margherita Occhiena. Passou por situação difícil na infância, pois ficou órfão com apenas dois anos.
 
Começou a estudar com nove anos. Entrou na escola de Castelnuovo D'Asti na adolescência e ingressou no seminário de Chieri aos vinte anos.
 
Dom Bosco fundou o oratório de São Francisco em 1841 na cidade de Turim, com a finalidade de abrigar jovens sem família. Mas as atividades de Dom Bosco não se limitou a isso. Organizou uma sociedade com a ajuda do ministro Ratazzi com fins educativos, que era ao mesmo tempo uma sociedade civil e religiosa. Juntou-se à Sociedade de São Francisco e recebeu padres e seminaristas que fizeram os votos de pobreza, castidade e obediência.
 
A Sociedade de São Francisco era composta de leigos externos, o que não era aceito pela igreja. Dessa forma Bosco propôs a criação de uma associação leiga, os Salesianos Cooperadores, com o objetivo de catequese e educação dos jovens. A associação mista foi aprovada pelo Papa Pio IX, em 1876.
 
Dom Bosco foi canonizado em 1934 pelo Papa Pio XI. O Papa João Paulo II o aclamou como o “Pai e Mestre da Juventude”.

domingo, 29 de setembro de 2013

JOHN KENNEDY



JD PAULISTANO
 
BIOGRAFIA

John Kennedy nasceu no Estado de Massachusetts, um dos maiores redutos do Partido Democrata dos Estados Unidos, em 1917. Após sua formatura em Harvard em 1940, ele entrou para a Marinha. Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial seu torpedeiro foi afundado por um destróier japonês e Kennedy, ferido, conduziu os sobreviventes até um local seguro.

Após voltar da guerra, ele se tornou um congressista democrata pela região de Boston, avançando em 1953 para o Senado. Enquanto se recuperava de uma cirurgia nas costas em 1955, ele escreveu "Profiles in Courage", que conquistou o Prêmio Pulitzer em história.
 
Em 1960, surpreendendo o meio político norte-americano, o jovem senador conquistou a indicação democrata para a presidência da república. Naquele ano, todos consideravam uma barbada a eleição do vice-presidente republicano Richard Nixon.

Mas a mensagem de otimismo de Kennedy, aliada à sua competência nos debates presidenciais (que foram transmitidos ao vivo pela primeira vez) contribuíram para uma virada espetacular e sua vitória. Kennedy se tornou o primeiro presidente americano católico.

Kennedy agiu vigorosamente na causa da igualdade de direitos, pedindo por uma nova legislação de direitos civis. Com a Aliança para o Progresso e as Peace Corps (força da paz), ele empregou o idealismo americano na ajuda aos países em desenvolvimento. Mas persistia a dura realidade da Guerra Fria.

Kennedy permitiu que um grupo de exilados cubanos, já armados e treinados, invadisse sua terra natal. Essa tentativa de derrubar o ditador Fidel Castro, a invasão da Baía dos Porcos, fracassou.

Em seguida, a União Soviética retomou sua campanha contra Berlim Ocidental. Kennedy reforçou a guarnição em Berlim e aumentou a força militar na Alemanha Ocidental, incluindo novos esforços na corrida espacial.

Confrontada com esta reação, Moscou reduziu a pressão sobre a Europa, mas buscou instalar mísseis nucleares em Cuba. Quando isto foi descoberto por um reconhecimento aéreo em outubro de 1962, Kennedy impôs um bloqueio naval a todos os mísseis nucleares destinados a Cuba. Os soviéticos recuaram e concordaram com a retirada dos mísseis.

Os meses que se seguiram à crise de Cuba mostraram um progresso significativo na busca de sua meta de "um mundo de lei e livre escolha, banindo a guerra e a coerção". Seu governo viu assim o início de uma nova esperança tanto de direitos iguais entre americanos quanto de paz mundial.

Kennedy era praticamente um ídolo nacional quando foi brutalmente assassinado em 22 de novembro de 1963. De acordo com a historiografia oficial, Kennedy foi morto pelas balas de um assassino enquanto desfilava em carro aberto por Dallas, Texas.

A morte de Kennedy provocou comoção dentro e fora dos EUA. Para os americanos, ficou a impressão de que o futuro de paz, prosperidade e igualdade representado por Kennedy jamais seria alcançado.

MARECHAL DUTRA

JD EMBAIXADOR
 
BIOGRAFIA

Eurico Gaspar Dutra nasceu em Cuiabá, no Mato Grosso, em 18 de junho de 1883, filho de José Florêncio Dutra, comerciante modesto e ex-combatente na Guerra do Paraguai. Militar, foi eleito presidente da República em 31 de janeiro de 1946, por uma coligação partidária formada pelo PSD (Partido Social Democrático) e pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), com o apoio do ex-ditador Getúlio Vargas, de quem fora Ministro da Guerra por nove anos.


Seu governo promoveu a abertura democrática, mas manteve restrições aos direitos dos trabalhadores. Por pressão das oligarquias industriais, foi instituído o congelamento do salário-mínimo, o que gerou uma série de greves dos trabalhadores. Sob a justificativa de fazerem parte de movimentos comunistas, o Estado interveio em mais de 100 sindicatos e colocou o PCB (Partido Comunista Brasileiro) na ilegalidade.

Dutra deixou a presidência em 1951 e, três anos depois, participou da conspiração que derrubou o governo democrático de Vargas. Em 1964, apoiou o golpe militar que depôs o presidente João Goulart e manteve expectativa de voltar à presidência. Morreu no Rio de janeiro em 11 de junho de 1974.

VINÍCIUS DE MORAES

PARQUE SÃO BENTO
 
BIOGRAFIA
 
Marcus Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913. Já compunha versos ao cursar os estudos secundários em sua cidade natal. Em 1930, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, onde conheceu e se ligou a nomes que se destacariam no panorama intelectual e político brasileiro, como Otávio de Faria, San Thiago Dantas e Plínio Doyle. Formou-se em 1933, mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poemas, "O Caminho para a Distância".

Não se dedicou muito tempo à advocacia, ingressando no Ministério da Educação para exercer o cargo de censor cinematográfico. Em 1938, porém, recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford. Ainda na Inglaterra, casou-se por procuração com Beatriz Azevedo de Melo. Voltou ao Brasil em 1939, devido ao início da Segunda Guerra Mundial.
 
Passou longa temporada em São Paulo e, voltando ao Rio de Janeiro, começou a colaborar na imprensa. Nessa época, já era reconhecido como poeta e desenvolvera amizade com vários nomes importantes de nossas letras, como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.

Em 1943 ingressou na carreira diplomática, seguindo três anos depois para Los Angeles (EUA) como vice-cônsul. Serviu também em Paris, Montevidéu e novamente Paris. Durante esse tempo, publica diversas obras e casa-se pela segunda, terceira e quarta vez. No início da década de 1960, começou a compor em parceria com Carlos Lyra, Pixinguinha e Baden Powell. Também faz shows ao lado de Antonio Carlos Jobim e João Gilberto.

Também exerceu intensa atividade na área de cinema, teatro, poesia e música, Em 1969, foi exonerado do Ministério das Relações Exteriores pelo regime militar e se casou com Cristina Gurjão. No ano seguinte, casou-se com a atriz bahiana Gesse Gessy e iniciou sua parceria com Toquinho, que iria continuar até o fim de sua vida. Com o parceiro, excursiona pelo Brasil e pela Europa.

Durante a década de 1970, compôs muito, fez vários shows e casou-se ainda mais duas vezes. Em 1979, a convite do então líder sindical Luís Inácio Lula da Silva, faz uma leitura de seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. No mesmo ano, na volta de uma viagem à Europa, sofre um derrame à bordo do avião. Morreu aos 67, em 9 de julho de 1980, de edema pulmonar, em sua casa, na companhia de Toquinho e da última mulher, Gilda Queirós Mattoso.

sábado, 28 de setembro de 2013

SALDANHA MARINHO

CENTRO
 
BIOGRAFIA
 
Joaquim Saldanha Marinho (Olinda, 4 de maio de 1816 — Rio de Janeiro, 27 de maio de 1895) foi um jornalista, sociólogo e político brasileiro. Como jornalista, usou o pseudônimo Ganganelli.
 
Bacharel da Faculdade de Direito do Recife em 1836. Advogado, foi presidente das províncias de Minas Gerais, de 1865 a 1867, e de São Paulo, de 24 de outubro de 1867 a 24 de abril de 1868, e deputado pela província de Pernambuco.
 
Na sua gestão como Presidente da Província de São Paulo aplacou as lutas políticas entre Liberais e Conservadores. Tal fato foi decisivo para a fundação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, já que aglutinou as necessidades dos fazendeiros necessitados de transporte para suas mercadorias (que se dividiam naquelas duas correntes) e para levantamento dos capitais necessários à construção do trecho inicial da ferrovia, de Jundiaí a Campinas. Foi também fundamental à fundação da Companhia Paulista sua interpelação aos ingleses da São Paulo Railway, detentores da concessão imperial, que não manifestavam interesse em prolongar a ferrovia além de Jundiaí.
 
Foi signatário do Manifesto Republicano (1870). Eleito senador, não foi escolhido na lista tríplice por D. Pedro II.
 
Durante o império, foi Deputado Geral (equivalente dos atuais deputados federais) por cinco legislaturas (de 1848 a 1849, de 1861 a 1863, de 1864 a 1866, de 1867 a 1868 e de 1878 a 1881).
 
Grão-mestre da maçonaria, teve destacada atuação na Questão Religiosa na década de 1870 quando publicou vários artigos em jornais com o pseudônimo de Ganganelli.
 
Com a Proclamação da República Brasileira, foi um dos autores do anteprojeto da Constituição de 1891 e senador da República pelo Distrito Federal da 21ª a 23ª legislaturas (de 1890 até a sua morte em 1895).
 
Faleceu aos 79 anos, no Rio de Janeiro, e seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista.

PAULO SETÚBAL

VILA HORTÊNCIA
 
Paulo de Oliveira Leite Setúbal (Tatuí, 1 de janeiro de 1893 — São Paulo, 4 de maio de 1937) foi um escritor brasileiro.
 
Era casado com Francisca de Sousa Aranha (filha de Olavo Egídio de Sousa Aranha e de Vicentina de Queiroz Aranha), com quem teve três filhos: Maria Vicentina, Teresinha e Olavo Egídio Setúbal.
 
Formou-se, em 1914, bacharel em direito, em São Paulo. Na época já havia tido poema publicado na primeira página do jornal A Tarde. Em 1920 ocorreu a publicação de seu livro de poesia Alma Cabocla, cuja edição, de três mil exemplares, esgotou-se em um mês.
 
Entre 1925 e 1935 publicou vários romances históricos, entre eles A Marquesa de Santos, O Príncipe de Nassau e A Bandeira de Fernão Dias. Em 1926, trabalhou como colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Nos anos de 1928 e 1930 foi deputado estadual, mas renunciou ao mandato por ter agravada sua tuberculose.
 
Publicou, nos anos seguintes, livros de contos, crônicas e memórias. Poeta vinculado à estética parnasiana, Paulo Setúbal tematizou em seus versos a vida dos camponeses, dos caboclos do interior de São Paulo. Pela escolha do tema, na época foi chamado de "poeta regional".
 
Foi também famoso e respeitado autor de obras de temática histórica, dentre as quais se destacam o romance A Marquesa de Santos (1925) e o livro de crônicas O Ouro de Cuiabá (1933).

ALEXANDER FLEMING


JD EMILIA
 
BIOGRAFIA
 
Alexandre Fleming (1881-1955) nasceu em Lochfield, no condado escocês de Ayr, no Reino Unido, no dia 6 de agosto de 1881. Formou-se na escola de medicina do Hospital Saint-Mary, em Londres. Logo começou a pesquisar os princípios ativos antibacterianos, que acreditava não serem tóxicos para o tecido humano. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu no corpo médico da Marinha, nas frentes de batalha, e viu muitas mortes por infeção. Terminada a guerra, foi nomeado professor de bacteriologia do Hospital Saint-Mary e mais tarde foi nomeado diretor adjunto.


Em 1921, Fleming identificou e isolou a lisozima, uma enzima bacteriostática, que impede o crescimento de bactérias, presente em certos tecidos e secreções animais, como a lágrima e a saliva humanas, e na albumina do ovo.

Em 1928 era professor do colégio de cirurgiões e estudava o comportamento da bactéria Staphylococcus aureus, quando observou uma substancia que se movia em torno de um fungo da espécie Penicillium notatum, demonstrando grande capacidade de absorção dos estafilococos. Fleming batizou essa substancia com o nome de penicilina e, um ano mais tarde, publicou os resultados do estudo no British Journal of Experimental Pathology. Não pareciam então promissoras as tentativas de aplicar esse material ao tratamento das infecções humanas, devido a sua instabilidade e falta de potência. Anos depois, um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford interessou-se pela possibilidade de produzir penicilina estável para fins terapêuticos.

Uma década após a publicação da pesquisa de Fleming, os americanos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey conseguiram isolar a penicilina em estado anidro, ou seja, na ausência de umidade. Em 1941 o novo produto começou a ser comercializado nos Estados Unidos, com excelentes resultados terapêuticos no tratamento de doenças infecciosas. Fleming foi reconhecido universalmente como descobridor da penicilina e eleito membro da Royal Society em 1943. Um ano depois, foi sagrado cavaleiro da coroa britânica.

Em 1945, Sir Alexander Fleming obteve novo reconhecimento por seu trabalho de pesquisa ao receber o Prêmio Nobel de fisiologia e medicina, junto com os americanos Chain e Florey. O cientista teve oportunidade de acompanhar a repercussão de sua descoberta e a evolução dos antibióticos, medicamentos dos mais utilizados no mundo e responsáveis pela cura de doenças graves, como a tuberculose. Morreu em Londres, em 11 de março de 1955, de um ataque cardíaco.

COSTA E SILVA

JD SANDRA
 
BIOGRAFIA
 
Arthur da Costa e Silva nasceu no dia 3 de outubro de 1902 em Taquari, Rio Grande do Sul. Filho de portugueses, estudou no colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada e na Escola de Estado-Maior do Exército. Fez parte do movimento tenentista em 1922, quando foi preso e anistiado, e dez anos mais tarde, em 1932, participou da Revolução Constitucionalista que aconteceu em São Paulo.


Já envolvido na política, fez parte do grupo do exército na embaixada do Brasil, na Argentina (1950-1952). Foi promovido a general de divisão em 1961 e liderou o comando do 4º Exército, em Recife (1961-1962). Ao lado de Castello Branco, Costa e Silva foi um dos principais articuladores do golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart, e fez parte da junta batizada de Comando Supremo da Revolução, formada pelo brigadeiro Correia de Melo e do almirante Augusto Rademaker.

Nomeado para o ministério da Guerra durante a gestão de Castello Branco (1964-1966), afastou-se do cargo para candidatar-se às eleições indiretas pelo Arena (Aliança Renovadora Nacional). Foi eleito presidente da República em 3 de outubro, mediante abstenção de toda a bancada da oposição composta por políticos do MDB (Movimento Democrático Brasileiro).

Tomou posse no dia 15 de março de 1967. O período de seu governo foi marcado por forte agitação política, com importantes movimentos populares e políticos de oposição, como a Frente Ampla, liderada por Carlos Lacerda e apoiada por Juscelino Kubitschek e João Goulart. Este movimento tinha como proposta a redemocratização, anistia, eleições diretas para presidente e uma nova constituinte.

Os protestos populares foram intensificados em 1968, com manifestações estudantis denunciando falta de verbas e oposições contra a privatização do ensino público. Como resposta às críticas, Costa e Silva instituiu o polêmico AI-5, que conferia ao presidente da República poder para fechar o Parlamento, cassar políticos e professores, indicar governadores e prefeitos.

A economia apresentou crescimento durante o período, tanto na área industrial quanto na facilidade de crédito, política salarial e estabilidade na inflação. Delfim Netto foi o Ministro da Fazenda.

Em agosto de 1969, Costa e Silva sofreu uma trombose cerebral e foi afastado do cargo, sendo substituído por uma junta militar. Faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1969.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

RUY BARBOSA

VL HORTÊNCIA
 
BIOGRAFIA
 
 
Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849 — Petrópolis, 1 de março de 1923) foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais.
 
Rui Barbosa de Oliveira bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870. No início da carreira, na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Depois, seria político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência de Paz de Haia (1907), em que defendeu a teoria brasileira de igualdade entre as nações.


Eleito deputado na Assembleia Provincial da Bahia em 1878, passou no ano seguinte a deputado geral (ou seja, representante da província no Legislativo nacional, no Rio de Janeiro). Atuou na elaboração da reforma eleitoral, na reforma do ensino e na emancipação dos escravos.
 
Com a República, tornou-se vice-chefe do governo provisório e assumiu a pasta das Finanças. Também escreveu o projeto da Carta Constitucional da República. Sendo dissolvido o Congresso por Deodoro da Fonseca, Rui abandonou o cargo que ocupava e passou à oposição.

Em 1893, envolveu-se na Revolução da Armada e acabou exilado. Após ter passado pela Argentina, Lisboa, Paris e Londres, voltou para o Brasil e foi eleito senador pela Bahia em 1895.

Rodrigues Alves, presidente da república, designou-o representante do Brasil na 2ª Conferência de Paz de Haia. No Brasil, dada sua brilhante inteligência e eloquência, ganhou por isso o título "Águia de Haia".

A verdade, porém, é que a impressão causada por lá não foi tão positiva assim (o representante alemão, por exemplo, não foi o único a considerar Rui "o mais aborrecido dos participantes"). No final da vida, ainda seria eleito juiz do Tribunal Internacional de Haia.

Em 1916, indicado pelo então presidente Venceslau Brás, representou o Brasil no centenário da independência argentina, discursando na Faculdade de Direito de Buenos Aires sobre o conceito jurídico de neutralidade. Em plena Primeira Guerra Mundial, o discurso causaria a ruptura das relações do Brasil com a Alemanha.

Três anos depois, Rui recusaria o convite para chefiar a delegação brasileira na Conferência de Versalhes (1919), que estipulou os termos da paz entre vitoriosos e derrotados na Primeira Guerra.

Com seu enorme prestígio, Rui Barbosa candidatou-se duas vezes à Presidência da República (nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca, e nas de 1919, contra Epitácio Pessoa em 1919), mas foi derrotado em ambas.

Como jornalista, escreveu para diversos órgãos, em especial "A Imprensa", o "Jornal do Brasil" e o "Diário de Notícias", tendo presidido esse último. Sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa.

Rui Barbosa morreu aos 73 anos. Sua extensa bibliografia, em mais de cem volumes, reúne artigos, discursos, conferências e anotações políticas escritas durante toda uma vida. Sua vasta biblioteca, com mais de 50 mil títulos, pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa, em sua antiga residência no Rio

SENADOR FEIJÓ

 

CENTRO
 
BIOGRAFIA
 
Diogo Feijó (1784-1843) nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira, foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre João Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarrega de prepará-lo para o sacerdócio.

Com vinte anos afasta-se da família, vai morar em São Carlos, onde dava aulas de História, Geografia e Francês. Continuou seus estudos da Filosofia e em 1808 ordena-se padre, passando a exercer o sacerdócio. Muito estudioso, familiarizado com as teorias liberais e com a filosofia, a vida na província não lhe permitia progredir nos estudos. Nesse mesmo ano resolve abandonar tudo e vai morar em Itu, uma das sedes da comarca, e com movimentado ambiente político. Feijó logo abre um curso de filosofia racional e moral, que o tornou um dos introdutores do pensamento de Immanuel Kant no Brasil.
 
Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, pretendiam os revolucionários portugueses, entre outra reivindicações, estabelecer uma constituição para o país, que depois da vinda da família real para o Brasil, se encontrava em grave crise econômica. No dia 7 de março de 1821, D. João VI determina que as província brasileiras elejam seus deputados para a Assembléia Constituinte que se reuniria em Lisboa para redigir a nova Carta. No dia 26 de abril de 1821, D. João parte para Lisboa, atribuindo a D. Pedro a regência do Brasil.
 
Diogo Feijó é eleito deputado por São Paulo, no dia 19 de maio de 1821, seguindo para Lisboa em fevereiro de 1822. Feijó encontrou um ambiente hostil. Para os portugueses a função dos brasileiros era apenas assinar a Constituição. Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses estarrecidos ouviram o padre falar em independência das províncias brasileiras e depois abandonar o recinto. Em consequência do movimento de agitação contra os brasileiros separatistas, Feijó viu-se obrigado a fugir para a Inglaterra.
 
No dia 21 de dezembro, depois da proclamação da Independência, Feijó desembarca em Pernambuco, seguindo depois para Itu. Foi Ministro da justiça, em 1831, no gabinete formado pela Regência Permanente, tomando parte ativa na política. Destaca-se dentre as iniciativas de Feijó: a proteção que dispensou à colonização que deveria substituir o trabalho escravo, a regulamentação do ensino primário e a reorganização do serviço alfandegário.
 
Diogo Feijó desejava que José Bonifácio fosse destituído da tutoria dos príncipes. Foi presidente do Senado em 1833, pelo Rio de Janeiro. Em 1835, foi eleito regente uno, assumindo a chefia do Poder Executivo, tendo que enfrentar uma forte oposição política a algumas revoltas que agitaram o Brasil. Não conseguiu encontrar solução para os problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as rebeliões. Os atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes. Em 1937, incapacitado de vencer a oposição, Feijó renuncia.
 
Durante os levantes liberais de 1842, Feijó assumiu a liderança em Sorocaba. Foi preso, levado para Santos, depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de 1843, conseguindo ser absolvido. Considera-se Feijó um dos fundadores do Partido Liberal. Teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil. Suas obras: Demonstração da Abolição do Celibato, Preliminares da Filosofia e outras. Diogo Antônio Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.

UBALDINO DO AMARAL

CENTRO

Ubaldino do Amaral Fontoura, mais conhecido como Ubaldino do Amaral (Lapa, 27 de agosto de 1842 — Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1920) foi um homem de letras, orador, professor, advogado, jurista e político brasileiro.
 
Filho de Francisco Chagas do Amaral Fontoura e d. Gertrudes Pilar do Amaral.
 
Formou-se como Bacharel de Direito em 1867 na Faculdade de Direito de São Paulo onde foi colega de Fagundes Varela.
 
Fixou residência e escritório de advocacia em Sorocaba e é nesta cidade paulista que chefia a campanha para o lançamento da Estrada de Ferro Sorocabana.
 
Transferiu seu escritório para a capital do país (Rio de Janeiro) e lá exerceu as seguintes atividades, paralelamente: Inspetor de Alfândega, membro do conselho consultivo da caixa de amortização, diretor da instrução primária e secundária da corte, presidente da comissão inspetora da casa de correição, presidente do Banco do Brasil, professor na faculdade livre de Direito do Rio e também no clube de Guarda-Livros e na escola "Senador Correia".
 
Exerceu destacada influência na política brasileira como: senador pelo Paraná de 1891 a 1894, tornando-se vice-presidente daquela casa, além de prefeito do Distrito Federal de 1897 a 1898 e ministro do Supremo Tribunal Federal.
 
Jurisconsulto de grande valor, integrou as seguintes comissões: árbitro do Brasil nos tribunais mistos Brasileiro-Boliviano e Brasileiro-Peruano; embaixador do Brasil à corte permanente de arbitramento do Tribunal de Haia, Holanda; além de comissões em instituições literárias e científicas do país e do estrangeiro.
 
Faleceu em 22 de janeiro de 1920 aos 77 anos na cidade do Rio de Janeiro.

PEDRO ALVARES CABRAL

VILA PROGRESSO
 
Pedro Álvares Cabral (1467-1520) nasceu no Castelo de Belmonte, na Beira Baixa, Portugal, no ano de 1467. Foi o terceiro filho de Fernão Cabral e Isabel Gouveia de Queirós. De família nobre, famosa nas lutas contra os mouros e castelhanos, estudou em Lisboa onde aprendeu literatura, história, cosmografia e artes militares. Na corte de D. João II (1481-1495) aperfeiçoou-se em cosmografia e estudou técnicas militares.
 
No reinado de D. João II começaram as grandes saídas marítimas. Experientes no uso de caravelas, os portugueses passaram a explorar a costa ocidental da África. Em 1488 Bartolomeu Dias cruzou o cabo da Boa Esperança, extremo sul da África e, em 1498 Vasco da Gama chegou em Calicute, na Índia.
 
Na corte de D. Manuel (1495-1521), Cabral foi agraciado com o título de Fidalgo do Conselho do Rei e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1499, foi nomeado capitão-mor da armada que seguiria para a Índia, com missão diplomática, comercial e militar.
 
Pedro Álvares Cabral assumiu o posto de capitão-mor da frota, composta por dez naus e três caravelas, entregando o comando a navegadores experientes, entre eles, Bartolomeu Dias. Havia pessoas importantes em cada navio como fidalgos e religiosos, entre eles, o Frei Henrique Soares de Coimbra. Estava a bordo o escrivão Pero Vaz de Caminha e ainda cientistas e astrônomos.
 
No dia 9 de março de 1500, no porto de Lisboa, após uma missa, em meio a uma grandiosa cerimônia com a presença do rei e sua corte, Cabral recebe das mãos do rei o estandarte real, símbolo do seu poder, partindo em seguida para às Índias.
 
No dia 22 de abril a esquadra avista novas terras. No dia 23 ancoram na atual baía Cabrália, entre a ilha da Coroa Vermelha e a baía rasa de Santa Cruz, no Estado da Bahia. Pero Vaz de Caminha, na carta que envia depois ao rei D. Manuel, conta que Cabral, resolveu mandar um pequeno barco, com Nicolau Coelho, para ver o local de perto. Vinte homens pardos, todos nus se aproximaram do escaler. Os homens traziam arco e flecha, mas a um sinal dos portugueses baixaram as armas.
 
No dia 26 de abril, na ilha da Coroa Vermelha, é rezada a primeira missa no Brasil. Nos dias que se seguiram, Cabral organizou diversas excursões para conhecer melhor o lugar. No dia 1 de maio, uma cruz foi levada até as margens, tinha as armas de Portugal esculpidas, era o marco da soberania portuguesa. Foi colocada na entrada da floresta, diante de um pequeno altar, onde foi celebrada a segunda missa, sob os olhares dos indígenas, como cerimônia de posse das terras.
 
No dia 2 de maio a nau de Gaspar de Lemos retorna a Portugal, levando a carta de Pero Vaz de caminha. Os demais navios seguem para às Índias. No dia 13 de maio, quatro embarcações, entre as quais a de Bartolomeu Dias, são destruídas pela tormenta.
 
Pedro Álvares Cabral chega à Calicute, na Índia, no dia 13 de setembro de 1500, onde assina o primeiro acordo comercial entre os dois países. Retornou à Europa com um grande carregamento de especiarias e produtos locais. Em junho de 1501, seis navios remanescentes da grande esquadra chegam de retorno ao Tejo. Cabral é recebido com festas, era a consolidação do comércio com o oriente.
 
Em 1503, casa-se com D. Isabel de Castro. Em 1518 recebe o título de Cavaleiro do Conselho Real. Em 1509, Cabral retira-se de Lisboa e passa a viver em Santarém.
 
Pedro Álvares Cabral faleceu em Santarém, Portugal, no ano de 1520. Seu corpo foi sepultado na Igreja da Graça.

PANDIÁ CALÓGERAS

JD VERGUEIRO
 
João Pandiá Calógeras nasceu no Rio de Janeiro, em 1870.
 
Engenheiro, formou-se pela Escola de Minas, de Ouro Preto, em 1890. Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1897, pelo Partido Republicano Mineiro (PRM). Por estar em conflito com o presidente da República, Prudente de Morais, não conseguiu reeleger-se no pleito seguinte. Em 1903, após passagem pela Europa, ganhou projeção nacional com a publicação de As minas do Brasil e sua legislação, obra na qual fazia a distinção entre a propriedade do solo e a propriedade do subsolo, defendendo o direito do governo de desapropriar o subsolo para explorá-lo. Essa tese, mais tarde, foi transformada na chamada Lei Calógeras.
 
Ainda em 1903, voltou à Câmara Federal, novamente pelo PRM. Reelegeu-se sucessivamente, tornando-se uma das figuras de maior prestígio no Congresso e participando do debate sobre todos os grandes temas nacionais. Com a posse de Venceslau Brás na presidência da República, em novembro de 1914, assumiu o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, permanecendo no cargo até julho de 1915. Assumiu então a pasta da Fazenda, onde realizou detalhado trabalho de saneamento das finanças do país.
 
Em 1918, voltou à Câmara por um breve período. Nesse mesmo ano integrou e depois chefiou a delegação brasileira à Conferência de Paz de Versalhes, ao término da Primeira Guerra Mundial. Ao retornar ao Brasil foi nomeado ministro da Guerra pelo presidente Epitácio Pessoa, sendo o único civil a ocupar essa pasta no período republicano. Sua gestão no ministério foi marcada pela modernização e ampliação do Exército, tarefa para a qual contou com a colaboração de uma missão militar francesa. Em julho de 1922, pouco antes de deixar o ministério, teve de enfrentar o primeiro dos levantes tenentistas, que se repetiriam pela década. O movimento, que se desenrolou em guarnições da capital federal, com prolongamentos pelo estado do Mato Grosso, teve como causa imediata as ordens de Calógeras determinando a prisão do marechal Hermes da Fonseca e o fechamento do Clube Militar - então presidido pelo marechal e considerado foco de agitação contra o governo federal.
 
Deixou o ministério em novembro de 1922, quando terminou o mandato de Epitácio Pessoa. Afastou-se, então, por algum tempo da vida política para dedicar a negócios particulares e atividades intelectuais. Em 1928, foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia.
 
Em 1930 deu apoio à candidatura presidencial de Getúlio Vargas, derrotada nas urnas pelo situacionista Júlio Prestes, e ao movimento revolucionário liderado por Vargas e que tomou o poder em novembro daquele ano. Após a implantação do novo regime, colaborou com o governo em questões relativas à legislação de minas. Em 1932, presidiu a Liga Eleitoral Católica (LEC) e, no ano seguinte, elegeu-se deputado federal constituinte pela legenda do Partido Progressista de Minas Gerais.
 
Morreu em Petrópolis (RJ), em 1934.

CAMPOS SALES

VILA ASSIS
 
BIOGRAFIA
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Campos Sales (1841-1913) nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 15 de fevereiro de 1841. Fazendeiro paulista, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Durante vários anos exerceu a profissão de advogado. Ingressou no Partido Liberal. Começou na política como deputado provincial pelo estado de São Paulo. Exerceu o cargo de 1868 a 1869.
 
Em 1873 participou da criação do Partido Republicano Paulista. Voltou ao cargo de deputado em mais dois mandatos, entre 1882 a 1883 e 1888 a 1889. Nesse último ano, assumiu a presidência da comissão do Partido Republicano de São Paulo. Ainda em 1889, exerceu o cargo de Ministro da Justiça, no governo provisório de Deodoro da Fonseca, permanecendo até 1891. Entre os anos de 1890 e 1891, exerceu também o cargo de senador pelo estado de São Paulo.
 

Durante os anos de 1992 e 1993, Campos Sales residiu na Europa. Tornou-se colaborador do jornal Correio Paulistano. Ao retornar ao Brasil, volta ao Senado entre 1894 e 1895. Entre 1996 e 1997, assume o cargo de governador de São Paulo.
 
Em 1998, Campos Sales foi eleito presidente da república, apoiado por Prudente de Morais. Era mais um representante da oligarquia cafeeira do Estado de São Paulo, que assumia o poder. Na sucessão dos governos da Primeira República, alternavam-se presidentes paulistas e mineiros. Desde a administração de Prudentes de Morais, seu antecessor, até Washington Luís, apenas três presidentes não pertenciam a política do café-com-leite, que só terminou com a Revolução de 1930.
 
Antes de ser empossado, Campos Sales viajou para a Europa a fim de realizar negociações com a casa bancária inglesa Rolschild & Sons e os demais credores do Brasil. O acordo estabelecido foi denominado "funding loan", um tipo de moratória onde o país fazia empréstimos e postergava o pagamento da dívida e dos juros, novos e anteriores.
 
Campos Sales encontrou o Brasil passando por grave crise financeira, pelo elevados gastos dos governos anteriores. O principal auxiliar do presidente foi o ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho, que tomou medidas para equilibrar as finanças do país. Para combater a inflação foram retiradas de circulação grande quantidade de moedas. O governo elevou os impostos e criou novos. A política saneou as finanças, mas afetou negativamente a indústria, o comércio e a população em geral.
 
Para garantir o apoio do Congresso à sua política financeira, Campos Sales colocou em prática a "Política dos Governadores", que consistia num acordo entre o presidente e os governadores dos Estado. Seriam admitidos apenas deputados de famílias ricas e tradicionais que representassem a situação e, em troca teriam todo o apoio do presidente. Com esse sistema as oligarquias estaduais mantiveram-se no poder durante décadas.
 
Manuel Ferraz de Campos Sales morreu em Santos, São Paulo, no dia 28 de junho de 1913.

RAMOS DE AZEVEDO

CENTRO
 
BIOGRAFIA
 
Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo, 8 de dezembro de 1851 — São Paulo, 1 de junho de 1928) foi um arquiteto brasileiro.
 
Jovem ainda, dirigiu-se a Gante, na Bélgica, para estudar Engenharia Civil. Segundo seus biógrafos, no entanto, conta-se que o diretor do curso de Arquitetura da escola surpreendeu-se com a qualidade de seus trabalhos e ordenou-lhe que trocasse de carreira. Naquela escola estudou a arquitetura clássica, mas foi influenciado a seguir as proposições do ecletismo arquitetônico.
 
Recém-formado, estabeleceu-se em Campinas, e aí executou seus primeiros projetos. Foi responsável pela conclusão da construção da catedral da cidade, o primeiro de seus grandes trabalhos.
 
No fim do século XIX foi convidado a projetar as residências de alguns membros da elite paulista. Decidiu estabelecer na cidade de São Paulo um escritório técnico, que levou seu nome, o qual em pouco tempo se transformou no principal influenciador da arquitetura local.
Durante algumas décadas foi deste escritório que saíram praticamente todos os projetos residenciais da elite e os principais projetos públicos da cidade
 
Ramos de Azevedo participou da fundação da Escola Politécnica junto de um grupo de aristocratas paulistas ligados às correntes políticas consideradas progressistas, estabelecendo na escola um modelo similar ao que experimentou na Europa. Sua ligação com o ensino também aconteceu quando se tornou diretor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde promoveu uma reforma de ensino que tornaria a escola auto suficiente e reconhecida em todo o país.
 
Devido à importância de sua obra para a cidade de São Paulo, foi erigido em frente ao prédio do Liceu, na Avenida Tiradentes, o Monumento a Ramos de Azevedo. Devido às obras do metrô na década de 1970, este monumento foi transportado para o campus da Universidade de São Paulo, na capital, e está hoje na Praça Ramos de Azevedo, em frente à Escola Politécnica que ajudou a criar.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

QUINTINO BOCAIÚVA

VILA SANTA RITA
 
BIOGRAFIA
 
Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva (Itaguaí, 4 de dezembro de 1836 — Rio de Janeiro, 11 de junho de 1912) foi um jornalista e político brasileiro, conhecido por sua atuação no processo da Proclamação da República. Como político, foi o primeiro ministro das relações exteriores da República, de 1889 a 1891, e presidente do estado do Rio de Janeiro, de 1900 a 1903.
 
Trabalhou como tipógrafo e revisor. Começou a estudar Direito, mas não terminou o curso por questões financeiras. Começou a carreira de jornalista em 1854 escrevendo para o jornal “O Globo” e “O País”, onde defendeu os ideais republicanos.
 
Adotou o nome indígena Bocaiúva por questões nacionalistas. Redigiu o "Manifesto Republicano" (1870). Foi uma espécie de interlocutor entre os civis e militares descontentes com o governo imperial de Dom Pedro II.
 
Quintino Bocaiúva foi um jornalista polêmico, criticando o dia a dia da monarquia. Participou do governo republicano como ministro das relações exteriores. Foi eleito senador em 1890, renunciou depois da promulgação da constituição em 1891. Em 1903 voltou ao senado, onde presidiu o partido republicano.
 
Quintino Bocaiúva faleceu no Rio de Janeiro.

GENERAL OSÓRIO

TRUJILLO
 
BIOGRAFIA

Manuel Luís Osório , primeiro e único barão, visconde e marquês do Herval , (Conceição do Arroio, 10 de maio de 1808 — Rio de Janeiro, 4 de outubro de 1879) foi um militar, político e monarquista brasileiro.
 
Ingressou no Exército aos 14 anos e com 17 anos incompletos já era alferes. Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825, na qual já se distinguiu por habilidade e bravura. Lutou ainda em Passo do Rosário (1828), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852), contra o ditador argentino Juan Manuel Rosas.

Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16 de abril de 1866. Em maio, planejou a estratégia que permitiu ao Brasil vencer a batalha de Tuiuti, a maior do conflito. Foi agraciado com o título de barão e depois marquês do Erval.

De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Contas-e que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.

Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a ascenção do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.

Contam os historiadores da época que, certa vez, despachando juntamente com outros ministros diante do imperador, percebeu que dom Pedro 2o cochilava, sem dar atenção ao que eles diziam. Aborrecido, Osório deixou cair estrondosamente seu sabre ao chão. Abruptamente despertado, o imperador o admoestou: "Acredito que o senhor não deixava cair suas armas quando estava no Paraguai, marechal". "Não, majestade", respondeu Osório, "mesmo porque lá nós não cochilávamos em serviço..."