quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CONDE D'EU

JD VERGUEIRO
 
BIOGRAFIA
 
Dom Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, conde d'Eu (nascido na França: Louis Philippe Marie Ferdinand Gaston d'Orléans et Saxe-Cobourg et Gotha; Neuilly-sur-Seine, 28 de abril de 1842 — Oceano Atlântico, 28 de agosto de 1922), foi um nobre francês, tendo sido conde d'Eu.
 
Gastão de Orléans, o Conde d’Eu, foi o consorte da princesa Isabel e se tornou um personagem importante para a história brasileira. Nasceu em 1842 num subúrbio de Paris chamado Neuilly-sur-Seine e obteve o título de conde ao nascer, concedido por seu avô, o rei Luis Felipe.
 
Era também sobrinho do rei Fernando II de Portugal e foi por intermédio do tio que recebeu a proposta para se casar com uma das filhas do Imperador Pedro II, do Brasil. Não eram incomuns esses matrimônios “arranjados” entre os membros da realeza e Gastão de Orléans aceitou o convite, porém, com uma condição: queria conhecer a princesa antes de oficializar o noivado.
 
Assim, em 2 de setembro de 1864, o conde desembarcava no porto do Rio de Janeiro para conhecer sua futura esposa. Junto com ele estava seu primo, o príncipe Augusto de Saxe, que também aceitara desposar a outra filha de D. Pedro. Um fato curioso dessa combinação é que pelo plano inicial os pares estavam trocados. Isto é, Dona Isabel que viria a se casar com o Conde d’Eu estava inicialmente destinada ao primo do conde, assim como a irmã da Princesa Isabel, a Princesa Leopoldina, deveria desposar o conde.
 
Ao conhecer os pretendentes, as duas irmãs logo perceberam que o acordo precisaria ser retificado para atender as simpatias recíprocas. O fato foi comunicado e prontamente aceito por D. Pedro, que não queria ver as filhas casadas apenas por conveniência política. Feito o novo arranjo, o Conde d’Eu casa-se com a Princesa Isabel em 15 de outubro de 1864 e o casal parte em viagem de núpcias para a Europa. Mas essa viagem logo seria interrompida.
 
De fato, em novembro daquele mesmo ano, Francisco Solano López, o ditador do Paraguai, aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda e, em seguida, atacou Dourados, na então província de Mato Grosso. A intenção de Solano López era expansionista e essas atitudes hostis obrigaram o império a deflagrar aquele que seria um dos conflitos mais sangrentos da América do Sul, a chamada Guerra do Paraguai. Nela estiveram envolvidos também a Argentina e o Uruguai.
 
Gastão de Orléans voltou imediatamente, mas teve que se manter a distância do conflito. O Conselho de estado avaliou que não era boa estratégia a presença de um príncipe no palco da guerra. Mas pesava contra o conde também injustas prevenções do povo que via nele apenas o consorte estrangeiro da futura imperatriz do Brasil.
 
Foi somente depois de muitas vitórias brasileiras nas batalhas e após o comandante supremo do Exército Brasileiro, o duque de Caxias, demitir-se do comando que o Conde d’Eu pode assumir o posto para conduzir as últimas operações da guerra. Conflito que chegaria a seu fim em março de 1870. Ao retornar ao Brasil, o conde é recebido como herói.
 
A família real ainda não sabia, mas a essa altura poucos anos restavam para a sobrevivência do regime imperial no Brasil, pois vários acontecimentos estavam contribuindo para o agravamento das dissensões políticas que culminariam com o advento da República.
 
Entre eles, estava a própria Guerra do Paraguai, que despertou nos militares um vivo sentimento nacionalista incitando-os a maior participação na vida política e a aspirar por um governo republicano. Outro fator desestabilizante foi a abolição da escravatura, responsável por escassear a mão-de-obra e incomodar os barões do café. 
 
O cenário, portanto, estava pronto para a queda do império; a instauração da República se deu quase como uma consequência natural dos acontecimentos em curso, sem que houvesse grande resistência por parte de D. Pedro. E, assim, o exílio bateu às portas da família imperial.
 
Para o príncipe Gastão de Órleans, bem como para toda a família imperial, o exílio durou mais de trinta anos e só terminou com a revogação da lei do banimento em 1920. Em 1922, quando, vinha ao Brasil a convite do governo para as comemorações do centenário da independência, teve um mal súbito e morreu a bordo do navio Massília. O conde estava com 80 anos de idade e seus restos mortais estão, hoje, depositados no Mausoléu Imperial na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro.

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