segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LITUÂNIA

JD GUADALAJARA
 
 
Lituânia (em lituano Lietuva), oficialmente República da Lituânia (em lituano Lietuvos Respublika), é uma das três repúblicas bálticas. Limita a norte com a Letônia, a leste e a sul com a Bielorrússia, a sul com a Polônia, a sul e a oeste com o enclave russo de Kaliningrado e a oeste com o Mar Báltico. Sua capital é a cidade de Vilnius, no leste do país. Outras cidades importantes são Kaunas e Klaipėda. É um dos países-membros da União Europeia (UE).
 
Mencionada pela primeira vez a 14 de Fevereiro de 1009, a Lituânia cresceu até se tornar numa nação relevante na Idade Média. Considera-se que a data de constituição do estado é a da coroação oficial do rei Mindaugas, a 6 de Julho de 1253 em Voruta/Vilnius, que uniu os duques lituanos rivais numa nação e estado. Em 1241 de 1259 de 1275 e 1277 o reino foi alvo de reis mongóis vindos da Horda de Ouro. Em 1385 uniu-se à Polónia em união pessoal quando o rei lituano Jogaila (Jagiello, em idioma polaco) foi coroado rei da Polónia. Em 1569, a Polónia e a Lituânia formaram a Comunidade Polaco-Lituana. Com a união com a Polônia, a Lituânia transformou-se num reino independente e multi-étnico que na sua máxima extensão, no século XV, ocupou a maior parte da Europa de Leste desde o mar Báltico até ao mar Negro. Esta união manteve-se até às partições da Polónia em 1795, quando a própria Lituânia foi anexada pela Rússia Imperial.
 
A Lituânia restabeleceu a sua independência a 16 de Fevereiro de 1918. Em seguida, envolveu-se em disputas territoriais com a Polónia (acerca da capital, Vilnius, e da Lituânia Oriental então ocupadas pelos polacos) e com a Alemanha (acerca de Klaipėda). Foi anexada pela União Soviética em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial graças a um pacto secreto germano-soviético assinado pelos ministros dos negócios estrangeiros dos dois países, Ribbentrop e Molotov (Pacto Molotov-Ribbentrop).
 
O período socialista terminou depois da chegada da glasnost e a Lituânia, liderada pelo movimento pela independência Sajūdis, anticomunista e anti-soviético, proclamou a independência a 11 de Março de 1990. Foi a primeira república soviética a fazê-lo, embora as forças soviéticas tivessem sem sucesso tentado suprimir a revolta independentista até Agosto de 1991, o que iria levar ao desmembramento da própria União Soviética. As últimas tropas russas saíram do país a 31 de Agosto de 1993 — antes mesmo que da Alemanha Oriental.
 
A 4 de Fevereiro de 1991, a Islândia tornou-se o primeiro país a reconhecer a independência da Lituânia e a Suécia foi o primeiro país a abrir uma embaixada no país. Os Estados Unidos e vários outros países ocidentais nunca reconheceram as reivindicações da URSS sobre a Lituânia.
 
A Lituânia foi admitida nas Nações Unidas a 17 de Setembro de 1991. A 31 de Maio de 2001, o país tornou-se o 141º membro da Organização Mundial do Comércio. Desde 1988, a Lituânia tem procurado estreitar os laços com o ocidente e a 4 de Janeiro de 1994 tornou-se o primeiro estado báltico a pedir a entrada na NATO, sendo convidada a iniciar as negociações a 21 de Novembro de 2002 e tornando-se membro de pleno direito a 29 de Março de 2004. A 1 de Fevereiro de 1998, o país tornou-se Membro Associado da União Europeia, a 16 de Abril de 2003 assinou o Tratado de Adesão à UE, a 11 de Maio de 2003 91% dos eleitores aprovaram em referendo a adesão à União e a 1 de Maio de 2004 tornou-se membro da UE, regressando ao velho objetivo proclamado em 1254 pelo rei Mindaugas de se tornar parte do ocidente e da Europa.

 

VASCO DA GAMA

VL PROGRESSO
 
Terceiro filho de dom Estêvão da Gama e Isabel Sodré, que pertenciam à nobreza de Portugal, Vasco da Gama foi inicialmente destinado à vida eclesiástica, mas preferiu trocá-la pela carreira militar e pela navegação.
 
Na verdade, pouco se sabe sobre a vida de Vasco da Gama antes de ser nomeado capitão-mor da frota que descobriria o caminho marítimo para as Índias. Aliás, a nomeação cabia a seu irmão mais velho, Paulo, que cedeu-lhe o lugar, contentando-se em comandar uma das embarcações da esquadra.

Vasco da Gama deixou Lisboa em 8 de julho de 1497, dobrou o Cabo da Boa Esperança em 18 de novembro, mas só atingiu a Índia em maio do ano seguinte, quando aportou em Calicute, enfrentando hostilidade do governante local. A viagem de volta teve início em 5 de outubro. Dos 155 homens que partiram, só 55 chegaram a Lisboa. Entre os mortos, estava Paulo da Gama, o irmão de Vasco.

Recebido em triunfo pelo rei, Vasco da Gama recebeu o título de dom, de "Almirante dos Mares da Arábia, Pérsia, Índia e de todo o Oriente" e uma pensão de 300 mil réis anuais para ele e seus descendentes. Em 1502, obteve o comando de sua segunda viagem à Índia. Dessa vez, tinha o dever de estabelecer feitorias e entrepostos comerciais na África e na Índia e revidar os maus tratos sofridos pela esquadra de Cabral, que lá chegara em fins de maio de 1500, e perdera 40 marinheiros em combate com o rei de Calicute.

Vasco da Gama bombardeou Calicute por dois dias e duas noites até submetê-la. Fez aliança com os reis de Cochim e Cananor, mas impondo condições comerciais favoráveis aos portugueses. Regressou então a Portugal, onde chegou a 10 de novembro de 1503, com as caravelas carregadas de especiarias. O Império comercial português acabava de nascer.

Durante os anos seguintes, rico e poderoso, casou-se com dona Catarina de Ataíde, com quem teve sete filhos. Recebeu o título de Conde da Vidigueira. Em 9 de abril de 1524, a pedido de dom João 3º. (filho de dom Manuel, o rei que governara durante os descobrimentos da rota das Índias e do Brasil), Vasco da Gama empreendeu uma terceira viagem ao oriente, na qualidade de Vice-rei da Índia. Tinha como dever organizar a administração portuguesa e pôr fim aos abusos e desmandos dos fidalgos portugueses que cuidavam das feitorias.

Governou apenas três meses, mas logo contraiu uma doença infecciosa que o matou na véspera do natal daquele ano. Seu corpo foi transladado a Portugal e, atualmente, encontra-se enterrado no mosteiro dos Jerônimos, onde também se encontram os restos mortais de Camões, o poeta que imortalizaria em "Os Lusíadas" a primeira viagem de Vasco da Gama.

domingo, 13 de outubro de 2013

EVARISTO DA VEIGA


VL JARDINI
 
BIOGRAFIA

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros (Rio de Janeiro, 8 de outubro de 1799 — Rio de Janeiro, 12 de maio de 1837) foi um poeta, jornalista, político e livreiro brasileiro. Autor da letra do hino da independência (1822) com o título de Hino constitucional brasiliense.
 
Estudou no Seminário de São José, que deixou para trabalhar na livraria do pai, e mais tarde montou a própria livraria. Era o segundo dos três filhos do casal luso-brasileiro, um professor régio de primeiras letras na freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho, o português Francisco Luís Saturnino Veiga, que chegara ao Brasil aos 13 anos e foi soldado miliciano na paróquia de Santa Rita, no Rio de Janeiro, comerciante de livros e pesquisador, e de sua esposa, a brasileira D. Francisca Xavier de Barros.
 
Teve grande influência do pai e destacou-se como estudante no Rio de Janeiro. Aprendeu francês, latim, inglês, cursou aulas de retórica e poética e estudou filosofia e adquiriu interesse por jornalismo ao visitar as oficinas da Impressão Régia, nos porões do palácio do conde da Barca.  Sem condições de partir para a Universidade de Coimbra, cobriu seu interesse de aprender, lendo em primeira mão os livros que seu pai trazia da Europa para comercializar na livraria.
 
Projetou-se na vida nacional com sua participação no jornal bissemanal Aurora Fluminense, lançado ainda na época de D. Pedro I (1827), no qual chegou a ser redator único. A publicação, prestigiada pela seriedade, tratava de temas essencialmente políticos, como a defesa da liberdade constitucional, do sistema representativo e da liberdade de imprensa, além das críticas ao autoritarismo de D. Pedro I, mas mantendo uma posição de equilíbrio durante as crises que precederam a abdicação do imperador.
 
Elegeu-se (1830) deputado por Minas Gerais, província que embora defendesse por mais dois mandatos, só conheceria seis anos depois (1836). Apesar da atividade política, não modificou os hábitos, continuando livreiro, nem utilizando sua participação na imprensa para promoções pessoais.
 
Com a vitória liberal, Evaristo da Veiga desenvolveu intensa atividade política e apoiou a lei de junho (1831) que regularizou a situação da regência. Destacou-se como um dos principais membros da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, de grande influência na época. Apoiou o governo de Feijó, onde se tornou, consensualmente, chefe do Partido Moderado, os  chimangos, em oposição ao Restaurador, os caramurus.
 
No auge de sua divergência com os Andradas, foi vítima de atentado (1832) cujo autor se disse contratado por um correligionário de José Bonifácio. Concentrou seus esforços na elaboração do ato adicional (1834) e viu vitoriosa sua tese segundo a qual só à Câmara dos Deputados, e não ao Senado, cabiam atribuições constituintes. Patrono da cadeira nº 10 da Academia Brasileira de Letras, morreu no Rio de Janeiro RJ, com apenas 37 anos de idade

FRANCISCO PRESTES MAIA

JD PAULISTANO
 
BIOGRAFIA
 
Francisco Prestes Maia, filho de Manuel Azevedo Maia e de Carolina Prestes, nasceu no dia 19 de março de 1896 na cidade de Amparo, estado de São Paulo. Em 1917, formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade São Paulo. No ano seguinte, montou um escritório de negócios imobiliários e, ao mesmo tempo, começou a trabalhar na Secretaria de Viação e Obras Públicas do governo estadual, ingressando na comissão que projetou e construiu obras urbanísticas na capital.
 
Foi chefe da Secretaria de Viação e Obras Públicas da Prefeitura de São Paulo de 1926 a 1930, quando elaborou um plano de reestruturação da cidade. Foi professor da Escola Politécnica durante dez anos, tendo elaborado planos de urbanização para Recife e para as cidades paulistas de Campos do Jordão, Santos e Campinas.
 
Em 1938 foi nomeado prefeito da capital paulista pelo então interventor federal no estado Ademar de Barros. Permaneceu no cargo até 27 de outubro de 1945, dois dias antes da queda do Estado Novo. Como prefeito da capital paulista promoveu uma transformação profunda na estrutura da cidade realizando grandes obras. Retornou à vida pública em 1950 como candidato ao governo do Estado pela UDN, porém não saiu vitorioso. Nas eleições de 1954, voltou a concorrer ao governo paulista com apoio interpartidário articulado pelo governador Lucas Nogueira Garcez e, novamente, não conseguiu se eleger.
 
Em 1957, foi indicado por Jânio Quadros à candidatura de prefeito da capital, embora as convenções partidárias tenham optado pelo candidato Ademar de Barros. Nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 1961 saiu vitorioso com o apoio do governador do estado Carvalho Pinto. Como prefeito, empenhou-se a fundo na melhoria das finanças do município, mas não conseguiu alcançar o desempenho do mandato anterior por falta de recursos. Prestes Maia foi mantido no cargo depois do golpe militar em 1964 com o apoio do governador paulista Ademar de Barros.
 
Membro do Instituto de Engenharia, da Sociedade de Arquitetura de Lisboa e da Sociedade de Arquitetos do Uruguai escreveu diversos trabalhos sobre urbanismo para a revista Investigações.
 
Algumas obras: Estudo de um plano de avenidas para a cidade de São Paulo (1930); São Paulo, metrópole do século XX (1942); O plano urbanístico da cidade de São Paulo (1945); Plano regional de Santos (1950); Insolução escolar.
 
Faleceu no dia 24 de abril de 1965, na cidade de São Paulo.

CARAMURÚ

VL LEÃO
 
BIOGRAFIA
 
Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, c. 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os indígenas da costa do Brasil e que facilitou o contato dos primeiros viajantes europeus com os povos nativos do Brasil. Recebeu a alcunha de Caramuru (palavra tupi que significa lampreia ) pelos Tupinambás. É considerado o fundador do município baiano de Cachoeira.
 
Alcançou a costa na altura do rio Vermelho (atual cidade do Salvador) como náufrago de uma embarcação francesa, entre 1509 e 1510. Seus companheiros foram mortos pelos índios Tupinambás, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significa moréia.
 
Esse apelido faz referência ao fato de Diogo ter sido, supostamente, encontrado pelos indígenas em meio às pedras da praia e às algas, como se fosse uma lampreia.
 
Posteriormente terá recebido a alcunha de filho do trovão ou, segundo outras fontes, homem trovão da morte barulhenta, o que estará na origem da lenda que afirma que Diogo Álvares Correia, teria recebido o apelido ao afugentar indígenas que o queriam devorar, matando uma ave com um tiro de arma de fogo.
 
O náufrago português foi bem acolhido pelos Tupinambás, a ponto de, o chefe deles, Taparica, lhe ter dado uma de suas filhas, Paraguaçu, como esposa. 
 
Ao longo de quatro décadas, Correia manteve contatos com os navios europeus que aportavam ao litoral da Bahia em busca de madeira da "Caesalpina echinata" (pau-brasil) e outros géneros tropicais. As relações comerciais com os franceses da Normandia levaram-no, entre 1526 e 1528, a visitar aquele país, onde a companheira foi batizada em Saint-Malo, passando a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu, em homenagem a Catherine des Granches, esposa de Jacques Cartier, que foi a sua madrinha. Na mesma ocasião, foi batizada outra índia Tupinambá, Perrine, o que fundamenta outra lenda segundo a qual várias índias, por ciúmes, teriam se jogado ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.
 
Sob o governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer uma função mediadora entre os colonos e os indígenas, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
 
Conhecedor dos costumes nativos, Correia contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores europeus. Em 1548, tendo João III de Portugal formulado o projeto de instituição do governo-geral no Brasil, recomendou ao Caramuru que criasse condições para que a expedição de Tomé de Sousa fosse bem recebida, fato que revela a importância que o antigo náufrago alcançara também na Corte portuguesa.
 
Três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) foram armados cavaleiros por Tomé de Sousa pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
 
O seu naufrágio e vida junto aos indígenas foram envoltos em contornos de lenda na obra do padre jesuíta Simão de Vasconcelos, em 1680, na qual se inspirou, um século mais tarde, frei José de Santa Rita Durão para compor o poema épico em dez cantos Caramuru (1781).

BARÃO DE PIRATININGA

JD FACULDADE
 
BIOGRAFIA
 
Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga (Vila de São Roque, 1821 — 27 de dezembro de 1886), foi um político brasileiro.
 
Após a morte de seu pai, Joaquim Manoel da Rosa (filho do Capitão Manoel Francisco da Rosa, chefe político da Vila de São Roque), Antônio Joaquim da Rosa assumiu a função de chefe político em conjunto com seu irmão, herdando grande fortuna, da qual consta a "Loja Grande", o maior e mais sortido comércio da Vila, ações, dinheiro e muitos imóveis em Pinheirinho, Ibaté e Engenho. 
 
 
Ele acumulou importantes posições na cidade e no país. Na Vila de São Roque foi vereador e presidente da Câmara, sendo reeleito como representante da região por quatro biênios sucessivos. De 1845 a 1848, de 1857 a 1860 e de 1861 a 1864.
 
Nesse ínterim também foi juiz municipal e de órfãos, delegado de polícia e nomeado presidente da Comissão Inspetora das Escolas, onde redigia ofícios e atas, destacando-se ainda mais pelas suas qualidades e conhecimentos eruditos. Em 15 de julho de 1846, Dom Pedro II o nomeia cavalheiro da Ordem de Cristo.
Em 1850, é eleito Deputado da Assembleia Provincial de São Paulo, que equivaleria ao cargo atual de Deputado Estadual. Em 10 de abril de 1854 é nomeado capitão do II Batalhão da Reserva e Guarda Nacional da Província.
 
Filiado ao Partido Conservador é eleito Deputado Geral no Rio de Janeiro em 1864 (1869-1872), o que equivale ao título de Deputado Federal nos dias atuais. Sua devoção à política o manteve por diversas vezes em seu posto de Deputado Geral por São Paulo (1869 a 1877) e Deputado Provincial (1876 a 1877) e no ano seguinte até 1879. Foi Presidente da Assembleia de 1 de fevereiro de 1876 a 6 de fevereiro de 1877.
 
Em ato governamental assinado em 22 de abril de 1864, a Vila de São Roque é elevada à categoria de Cidade de São Roque. Foi condecorado pelo imperador D. Pedro II como comendador da Imperial Ordem da Rosa, quando era 3º vice-presidente da Província de São Paulo, assumindo a presidência interinamente em 1869, na ausência do Barão de Itaúna .
 
Foi agraciado com o título de "Barão de Piratininga" em 13 de novembro de 1872, pleiteando muitas melhorias para a cidade. Uma importante conquista foi a fundação da Santa Casa de Misericórdia de São Roque, em parceria com seu irmão Manoel Inocêncio, financiando-a nos primeiros anos.
 
Foi também um dos principais acionista e incentivador da estrada de ferro Sorocabana, incluindo São Roque no trecho férreo, trazendo novo fôlego ao desenvolvimento da cidade. Cedeu grandes quantias para a construção do Teatro São João e engajou-se na arrecadação e construção do Cemitério municipal, vindo a inaugurá-lo.
 
Terminou seus dias abatido e deprimido em 26 de dezembro de 1886, aos 65 anos de idade, pedindo em seu testamento que lhe gravassem a data da morte em sua lápide e um epitáfio com os dizeres "NINGUÉM". 

GENERAL DALE COUTINHO

JD EMBAIXADOR
 
BIOGRAFIA
 
Vicente de Paulo Dale Coutinho (Lorena, 1910 — Brasília, 24 de maio de 1974) foi um general-de-exército brasileiro, ministro do Exército durante os primeiros meses do Governo Ernesto Geisel. Pertenceu à Força Expedicionaria Brasileira (FEB).
 
Foi promovido a general de exército (4 estrelas) em julho de 1971, durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, deixando a chefia do Estado-Maior do então II Exército, em São Paulo (atual Comando Militar do Sudeste), para assumir o comando do IV Exército em Recife (atual Comando Militar do Nordeste), cargo que exerceu até o final do governo Médici.
 
Faleceu no exercício do cargo de ministro do Exército pouco mais de dois meses após assumi-lo, sendo sucedido pelo general Sylvio Frota.

BRIGADEIRO FARIA LIMA

JD DOS ESTADOS
 
BIOGRAFIA
 
José Vicente de Faria Lima (Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1909 — Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1969) foi um militar e político brasileiro.
 
Com 21 anos de idade iniciou sua carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), chegando em 1958 a Brigadeiro do ar. Antes, no Colégio Militar, já havia mostrado ser um aluno aplicado. Na década de 1930, juntamente com Eduardo Gomes e outros, voou muito pelo interior do país, fazendo as linhas do Correio Aéreo Nacional.
 
Na FAB fez cursos de aviador militar, de observador e de engenharia aeronáutica, especializando-se em engenharia na Escola Superior de Aeronáutica da França. Participou da criação do Ministério da Aeronáutica, como assistente técnico do então Ministro Salgado Filho. Foi chefe da comissão da Aeronáutica nos Estados Unidos e comandante do Campo de Marte.
 
Chamado por Jânio Quadros, assumiu a presidência da Vasp. Foi secretário de Viação e Obras Públicas, no governo Jânio Quadros, tendo permanecido no cargo durante a gestão Carvalho Pinto com administração exemplar.
 
Em março de 1965 foi eleito prefeito de São Paulo, promovendo o alargamento e duplicando, dentre outras, a rua da Consolação e as avenidas Rebouças, Sumaré, Pacaembu, Cruzeiro do Sul, Rio Branco.
 
No fim de 1968 ingressou na extinta ARENA. A administração de Faria Lima notabilizou-se pelas diversas obras, entre elas a Marginal Tietê, a Marginal Pinheiros, avenidas Sumaré, Radial Leste, Vinte e Três de Maio, Rubem Berta, além de obras nas áreas de saúde, educação, bem-estar social etc. Foi durante este período que o serviço de bondes foi extinto em São Paulo, em 1967. Faria Lima começou as obras do Metrô de São Paulo em dezembro de 1968 .
 
Entre as obras para a melhoria do trânsito de São Paulo, Faria Lima começou a construção de uma avenida ligando os bairros de Pinheiros e Itaim Bibi. Após a sua morte a avenida, que se chamaria Radial Oeste, recebeu o nome de Avenida Brigadeiro Faria Lima em sua homenagem.
 
Outra homenagem post-mortem realizada em honra ao Brigadeiro Faria Lima foi a cerimônia indígena de despedida, o quarup. Os únicos brancos que receberam essa homenagem foram; Faria Lima, Leonardo Vilas-Boas, Noel Nutels, Cláudio Vilas-Boas, Álvaro Villas Boas e Orlando Vilas-Boas. Quando era piloto da FAB, o Brigadeiro prestou serviços de transporte à área ocupada desde 1961 pelo Parque do Xingu.
 
Era o irmão mais velho do ex-governador do Rio de Janeiro, Almirante Floriano Peixoto Faria Lima.

sábado, 12 de outubro de 2013

NARA LEÃO

JULIO DE MESQUITA FILHO
 
BIOGRAFIA
 
Nara Lofego Leão Diegues (Vitória, 19 de janeiro de 1942 — Rio de Janeiro, 7 de junho de 1989) foi uma cantora brasileira.
 
Filha caçula do casal capixaba Jairo Leão, advogado, e Altina Lofego Leão, professora. Era descendente de imigrantes da Basilicata que imigraram para o Espírito Santo no século XIX (famílias D'Amico e Lofiego). Nara nasceu em Vitória e mudou-se para a Cidade do Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão.
 
Durante a infância, Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo "Os Oito Batutas" de Pixinguinha. Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, em Copacabana. Aos 18 anos, Nara tornou-se professora da academia.
 
A Bossa Nova nasceu em 1957, quando Nara fazia reuniões no apartamento de seus pais, localizado no edifício Champ-Elysées, em frente ao posto 4, da Avenida Atlântica, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli.
 
Daí em diante, Nara se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Bôscoli em 1960, e de ideias mais à esquerda. Inicia um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casa com ele um tempo depois. Nessa época passa a se interessar pelo samba de morro.
 
A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963)ocorre após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE. Embora os CPCs já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e público brasileiro.
 
Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho, A Banda e Com Açúcar e com Afeto -- feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.
 
Em 1979, fazendo muito sucesso, Nara sentiu-se muito mal, com dores fortes de cabeça, tonturas e desmaio, e ficou internada. A cantora descobre possuir um tumor inoperável no cérebro. Ele surgiu de um coágulo e jamais poderia ser operado, pois estava numa área delicada do cérebro. Caso fosse operada, a cantora faleceria na cirurgia e caso sobrevivesse, teria sequelas, como ficar cega ou paralítica. Apavorada, a partir daí entrou em depressão e começou a tomar remédios fortíssimos para tentar diminuir o tumor, que era benigno. A descoberta desta doença contribuiu para Nara abandonar a carreira musical, mas voltou atrás e no ano seguinte retornou com muito sucesso.
 
Apesar de seu emocional abalado, isso não a fez se entregar a depressão: Nos anos 80 fez muito sucesso, viajando o Brasil e o mundo, lançando novos discos, gravando canções, atuando em muscais no teatro e fazendo parcerias musicais. Nesta época viajou para o Japão, onde divulgou a Música Popular Brasileira. De vez e quando passava mal em algum show, mas logo se restabelecia. Começa a fazer shows sozinha com seu violão, e também volta a se interessar por política, participando de eventos públicos a favor da eleição direta para presidente no Brasil.
 
Em 1986 sua saúde piora, passando a ter dores mais fortes de cabeça e esquecimento das coisas que fazia. Sua dose de remédios fora aumentada e descobriu-se que seu tumor cresceu, mas também diminuiu, porém não desaparecia. Nara passa a maior parte do ano em repouso e internações, apesar de ainda fazer pequenos shows pela Zona Sul do Rio.
 
Em 1989 faz sua última apresentação no Pará. Ao voltar para o Rio, sua saúde piorou e precisou ficar internada por meses, quando seu tumor cerebral rompeu, ocasionando uma hemorragia. A cantora faleceu na Casa de Saúde São José, no dia 7 de junho.

CECÍLIA MEIRELES

 

CIDADE JARDIM
 
BIOGRAFIA
 
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira .
 
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal.

O pai faleceu três meses antes do seu nascimento e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Desse modo, foi criada por sua avó, Jacinta Garcia Benevides.

Concluiu o curso primário em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomou-se no Curso Normal, em 1917, passou a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias, "Espectros". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925. Nesse meio tempo, casou-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, que se tornou uma atriz teatral consagrada.

De 1930 a 1931, manteve no "Diário de Notícias" uma página diária sobre problemas de educação. Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Seu primeiro marido suicidou-se em 1935. Neste mesmo ano e até 1938, passou a lecionar literatura luso-brasileira e técnica e crítica literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ). Colaborou, ainda, ativamente, de 1936 a 1938, no jornal "A Manhã" e na revista "Observador Econômico". Em 1940, casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

O Prêmio de Poesia Olavo Bilac, que recebeu da Academia Brasileira de Letras, pelo seu livro "Viagem", em 1939, foi o primeiro reconhecimento da alta qualidade de sua obra poética. De fato, Cecília Meirelles ocupa lugar de destaque entre a chamada Segunda geração do modernismo brasileiro.

Aposentou-se em 1951 como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ). Da mesma forma, manteve-se ativa e viajou por diversos países do mundo, ministrando conferências sobre poesia e literatura brasileira. Recebeu diversas honrarias, como a Ordem de Mérito do Chile, e o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Nova Delhi, na Índia.

Recebeu o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962 e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No ano de sua morte, recebeu ainda o Jabuti de poesia pelo livro "Solombra", e, postumamente, em 1965, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.


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ESTÔNIA

 

JD EUROPA
 
 
A história da Estônia registra sucessivas lutas pela independência, conquistada em 1918, perdida em 1940 para os soviéticos e plenamente recobrada em 1991.
 
Situada na região nordeste da Europa, a Estônia ocupa uma área de 45.226km2 e se limita ao norte com o golfo da Finlândia, a leste com a Rússia, a oeste com o mar Báltico e ao sul com a Letônia. Compreende uma parte continental e cerca de 800 ilhas.
 
O primeiro registro sobre os estonianos data do século I da era cristã. No século IX, invasores vikings implantaram a moeda e incentivaram o comércio. Nos séculos XI, XII e XIII, houve incursões dinamarquesas, suecas e russas, sempre repelidas. A partir do século XIII, a Estônia foi cristianizada pelos cavaleiros do Gládio, e depois pelos Cavaleiros Teutônicos.
 
Em 1561 os suecos derrotaram os russos que haviam capturado parte da Estônia, e também os poloneses e dinamarqueses. Até o século XVII, os suecos defenderam a população rural e reduziram o poder da nobreza alemã.
 
Com a derrota de Carlos XII da Suécia pelo czar Pedro I, em 1709, os territórios bálticos tornaram-se possessão russa, o que foi ratificado pelo Tratado de Nystad (1721). A nobreza alemã recuperou o poder e a população voltou à situação de dependência, miséria e opressão. Em 1811, o czar Alexandre I decretou a abolição da servidão, embora o direito de propriedade continuasse privilégio dos aristocratas alemães.
 
Essas reformas, somadas ao crescimento da população urbana, à industrialização e à elevação do nível cultural do povo, despertaram a consciência nacional estoniana. Em 1917, a Estônia constituiu-se em estado autônomo, mas com a revolução russa foi ocupada pelos bolchevistas e depois pelos alemães. Em 24 de fevereiro de 1918, o governo proclamou a independência, consagrada no Tratado de Tartu (1920). Na segunda guerra mundial, a Estônia foi reocupada pelos soviéticos e incorporada à União Soviética. Invadida pelos nazistas, em 1941, voltou a integrar a União Soviética em 1944. Em 1991, com a derrocada do regime soviético, a Estônia obteve a independência.

ISLÂNDIA

 
JD EUROPA
 
País insular do Atlântico Norte. Fica situado entre a Groenlândia e a Noruega, imediatamente ao sul do Círculo Polar Ártico. Tem uma área de 103 000 km2 e 4800 km de costa. A população era, em 2006, de 299 388 habitantes, o que corresponde a uma densidade de aproximadamente 3 hab./km2.
 
A Islândia foi colonizada por vikings vindos da Noruega em 874, mas algumas descobertas arqueológicas recentes sugerem que teria sido povoada anteriormente. Em 930, os colonos criaram o primeiro Parlamento do Mundo, o Althing.
 

Em 1262, o país uniu-se à Noruega e, em 1380, ambos os países ficaram sob o domínio da Coroa dinamarquesa. Até à Reforma, a Islândia foi politicamente autónoma mas, em meados do século XVII, a Coroa dinamarquesa passou a exercer um forte controlo sobre o país. Nessa altura a economia nacional entrou em declínio e, em 1780, a fome matou 1/5 da população.
Em 1874, a Dinamarca garantiu a Constituição islandesa e, em 1904, a Islândia constituiu o seu próprio Governo. Durante a ocupação alemã da Dinamarca, na década de 1940, as tropas britânicas e norte-americanas estacionaram no território islandês, usando-o como base aérea estratégica. Em 1944, a Islândia tornou-se uma república independente.

Atualmente, a Islândia é membro da Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO), embora não possua forças militares próprias. O país tem os padrões de vida, de educação, de segurança social e de saúde notavelmente elevados.

CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON

VL CARVALHO
 
BIOGRAFIA
 
Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon (Santo Antônio do Leverger, 5 de maio de 1865 — Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1958), foi um militar e sertanista brasileiro.
 
Ainda jovem, Rondon decidiu servir ao Exército e dedicar-se à construção de linhas telegráficas pela vastidão do interior brasileiro. Durante sua vida, percorreu mais de 100 mil quilômetros, abrindo caminhos. Elaborou as primeiras cartas geográficas de cerca de 500 mil km quadrados. Fundou o Serviço de Proteção ao Índio. O marechal entraria para a história como o pacificador e o patrono das comunicações.

De origem indígena por parte de seus bisavós maternos e da bisavó paterna, Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido criado pelo avô e depois por um tio. Quando adolescente, incluiu Rondon no seu nome de batismo, Cândido Mariano da Silva, para não ser confundido com um homônimo de má reputação.
 
Em 1881, aos 16 anos, formado professor primário, transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar. Em 1890, recebeu o diploma de bacharel em matemática e ciências físicas e naturais da Escola Superior de Guerra do Brasil. Partidário das idéias positivistas, participou dos movimentos abolicionista e republicano.

Em 1º de fevereiro de 1892, casou-se com Francisca Xavier, com quem teve sete filhos, e foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Foi então designado para a Comissão de construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás.

Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos e estabelecendo relações com os índios. Manteve contato com muitas tribos, entre elas os bororo, nhambiquara, urupá, jaru, karipuna, ariqueme, boca negra, pacaás novo, macuporé, guaraya, macurape. Em 1906 entregou uma linha telegráfica entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia.

Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Nesta época estava sendo construída a ferrovia Madeira-Mamoré. A chamada Comissão Rondon deveria construir uma linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira.

Em 1910 criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Obteve a demarcação de terras de vários povos, entre eles os Bororo, Terena e Ofayé. Em 1912, Rondon foi promovido ao posto de coronel, depois de ter pacificado os índios das tribos caingangue e nhambiquara.

Em 1913, ganhou medalha de ouro "por trinta anos de bons serviços" prestados ao Exército e ao Brasil. No mesmo ano acompanhou o ex-presidente americano Theodore Roosevelt na sua expedição ao Amazonas. Em setembro de 1913, Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios nhambiquaras.

Salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda, ordenou a seus comandados que não reagissem, demonstrando seu lema: "Morrer, se preciso for. Matar, nunca". Em 1914 a Sociedade Geográfica de Nova York conferiu a Rondon o Prêmio Livingstone, e determinou a inclusão de seu nome em uma placa de ouro, ao lado de outros grandes exploradores.

Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do atual estado de Rondônia. Em 1º de janeiro de 1915 conclui sua missão com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antonio do Madeira.

De 1919 a 1924 foi diretor de engenharia do Exército. Entre 1927 e 30 inspecionou toda a fronteira brasileira desde a Guiana até a Argentina. Após a revolução de 1930, Getúlio Vargas, o novo presidente, hostilizou Rondon que, para evitar perseguições ao Serviço de Proteção aos Índios, deixou sua direção.

Em 1938, Rondon promoveu a paz entre a Colômbia e o Peru que disputavam o território de Letícia. No ano seguinte foi nomeado presidente do Conselho Nacional de Proteção ao Índio.

Em 1952 Rondon propôs a fundação do Parque Indígena do Xingu. No ano seguinte inaugurou o Museu Nacional do Índio. Em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional. Em 17 de fevereiro de 1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, em 1981 elevado a estado.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

ULYSSES GUIMARÃES

PQ DAS LARANJEIRAS
 
BIOGRAFIA
 
Ulysses Silveira Guimarães (Itirapina, 6 de outubro de 1916 — Angra dos Reis, 12 de outubro de 1992) foi um político e advogado brasileiro que teve grande papel na oposição à ditadura militar e na luta pela redemocratização do Brasil. Morreu em um acidente aéreo de helicóptero no litoral ao largo de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro.
 
Ulysses Guimarães formou-se advogado pela USP (Universidade de São Paulo), em 1940. Foi vice-presidente da UNE e secretário da Federação Paulista de Futebol. Elegeu-se deputado estadual em 1947, pelo Partido Social Democrático (PSD). Três anos depois, concorreu à Câmara dos Deputados, sendo reeleito em 1954 e em 1958, quando foi também delegado do Brasil junto à ONU.

Em 1961, foi nomeado ministro da Industria e do Comércio, durante o regime parlamentarista. Exonerou-se no ano seguinte, retornando a suas atividades na Câmara. Dois anos após o golpe militar de 31 de março de 1964, com a instituição do bipartidarismo, filiou-se ao MDB - Movimento Democrático Brasileiro -, o partido de oposição à ditadura, e foi eleito seu vice-presidente, além de deputado federal pelo partido. Nos dois anos seguintes foi presidente do Parlamento Latino-americano. Em 1971 assumiu a presidência do MDB.

Ao final do período mais autoritário do regime militar, em 1973, apresentou-se como anticandidato à presidência da República, como forma de protestar contra a farsa da eleição presidencial promovida pela ditadura, em que o "candidato" governista já estava previamente eleito, pela via indireta do voto de um Congresso manipulado.

No ano seguinte, porém, reelegeu-se deputado, função que exerceu até 1977 quando o Congresso foi colocado em recesso pelo Executivo. Em 1979, com a volta do pluripartidarismo, Ulysses integrou-se ao PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro - e tornou-se seu presidente.

No começo dos anos 1980, foi um dos principais líderes da campanha pelas "Diretas Já", sendo apelidado de "Senhor Diretas". Com a derrota no Congresso da emenda que instituía a volta das eleições presidenciais diretas, articulou a campanha vitoriosa de Tancredo Neves na eleição indireta de 1984.

Em 1988, presidiu a Assembléia Nacional Constituinte e anunciou a promulgação da chamada "Constituição Cidadã", que, muito emendada, permanece em vigor até hoje. Apesar de seu papel destacado na política nacional, entre o final dos anos 1970 e a década de 1980, viu o PMDB se transformar num partido dividido e ambíguo que perdeu a bandeira do oposicionismo para o PT e o PDT.

Assim, candidato a presidente da República em 1989, teve somente 4% dos votos válidos no primeiro turno, um percentual inexpressivo que mal o aproximava do segundo e do terceiro candidatos mais votados, respectivamente Lula e Leonel Brizola. O segundo turno foi ganho por Fernando Collor de Mello, que logo sofreu o processo de impeachment, devido ao esquema de corrupção articulado ao seu redor. Ulysses Guimarães colaborou ativamente no processo, que terminou com a renúncia de Collor e a posse do vice Itamar Franco. O líder peemedebista, então, empenhou-se em ajudar na manutenção da governabilidade.

Ulysses Guimarães desapareceu em 12 de Outubro de 1992, num acidente aéreo. O helicóptero que transportava os casais Ulysses Guimarães e Severo Gomes caiu após sair de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, com destino a São Paulo. Seu corpo não foi encontrado, mas sua morte foi oficialmente reconhecida.

JOAQUIM NABUCO

JD SOROCABANO
 
BIOGRAFIA
 
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 19 de agosto de 1849 — Washington, 17 de janeiro de 1910) foi um político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
 
Era filho do Senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo. Estudou humanidades no Colégio Pedro 2o, do Rio de Janeiro, bacharelando-se em Letras.

Em 1865, seguiu para São Paulo, onde fez os três primeiros anos de direito. Formou-se no Recife, em 1870. Entrou logo para o serviço diplomático, como adido de primeira classe em Londres, depois em Washington, de 1876 a 1879.

Atraído pela política interna, foi eleito deputado por sua província, passando a residir no Rio de Janeiro. Sua entrada para a Câmara marcou o início de sua campanha em favor da abolição da escravatura. Em 1883, em Londres, publicou "O Abolicionismo", sua principal obra.

De regresso ao país, foi novamente eleito deputado por Pernambuco, retomando o lugar de líder da campanha abolicionista. Ao ser proclamada a República, em 1889, permaneceu intransigente nas convicções monarquistas e, mais de uma vez, resistiu ao apelo dos chefes da nova política para tornar ao serviço diplomático. Retirou-se da vida pública, dedicando-se à sua obra e ao estudo.

Nessa fase de espontânea abstenção política, Joaquim Nabuco viveu no Rio de Janeiro, exercendo a advocacia e fazendo jornalismo. Frequentava a redação da "Revista Brasileira", onde estreitou relações e amizade com Machado de Assis, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, cujo convívio fez nascer a Academia Brasileira de Letras, em 1897.

Em 1901, voltou à diplomacia, foi embaixador do Brasil em Londres e, a partir de 1905, em Washington. Em 1906, veio ao Rio de Janeiro para presidir a 3ª Conferência Pan-Americana. Era defensor do pan-americanismo, no sentido de uma ampla e efetiva aproximação continental.

Tinha grande prestígio entre as autoridades americanas. Quando faleceu, em Washington, seu corpo foi conduzido, em ato solene, para o cemitério da capital norte-americana, e depois trasladado para o Brasil. Do Rio de Janeiro foi transportado, finalmente, para o Recife.

Foi diplomata, político, orador, poeta e memorialista. Além de "O Abolicionismo", "Minha Formação" figura como uma importante obra de memórias, onde se percebe o paradoxo de quem foi educado por uma família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos escravos.

Nabuco diz sentir "saudade do escravo" pela generosidade deles, num contraponto ao egoísmo do senhor. "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil", sentenciou.

BARTOLOMEU DE GUSMÃO

VL SANTA RITA
 
BIOGRAFIA
 
Bartolomeu de Gusmão (1685-1724) nasceu em Santos, São Paulo. Era filho do cirurgião-mor Francisco Lourenço Rodrigues e Maria Álvares. O casal teve doze filhos e oito entraram para vida religiosa. Era irmão do famoso estadista e diplomata Alexandre de Gusmão. Estudou no Seminário Jesuíta de Belém da Cachoeira, na Bahia, cujo diretor era o protetor de Bartolomeu e de Alexandre e de quem adotaram o sobrenome Gusmão.
 
Ordenou-se padre e em 1701 vai para Lisboa onde estudou Direito Canônico na Universidade de Coimbra e ordena-se Sacerdote. Inicia a construção de seu balão. Em abril de 1709 pede licença a D João V, para fazer experiências com o balão, no Palácio Real. Na sala dos diplomatas, D. João V, fidalgos e funcionários aguardam a apresentação da experiência antes anunciada, "Um instrumento para andar no ar". De um canto da sala, um pequeno balão de papel, em forma de pirâmide e com armação de arame, tendo fogo no seu interior, sobe quatro metros. Era o primeiro aeróstato construído no mundo. Ficou conhecido como o "Padre Voador".
 
Bartolomeu de Gusmão foi perseguido pela Inquisição por ser amigo de judeus. Fugiu para a Holanda, onde fez experiências com lentes. Seguiu para a França, onde vendia nas ruas, remédios fabricados por ele. Com espírito inquieto, estava sempre inventando alguma coisa.
 
Formado em Direito, teve atuação nos tribunais, foi membro da Academia Real de História, cumpriu missões diplomáticas com o apoio do rei D. João V. Em 1711, Bartolomeu de Gusmão viajou para Roma, numa visita diplomática; no seu retorno foi nomeado, Secretário dos Estrangeiros.
 
Bartolomeu de Gusmão sofreu zombaria dos fidalgos e inquisidores,
que viam nas suas invenções obra de feitiçaria. Fugiu novamente, no caminho de Toledo, seguindo para a Espanha, foi acometido por uma febre e morre no dia 18 de novembro de 1724.

JORGE TIBIRIÇÁ PIRATININGA

VL PROGRESSO
 
BIOGRAFIA
 
Jorge Tibiriçá Piratininga (Paris, 15 de novembro de 1855 — São Paulo, 30 de setembro de 1928) foi o segundo governador do estado de São Paulo Brasil de outubro de 1890 a março de 1891 e seu sétimo presidente (de 1904 a 1908).
 
Realizou seus estudos na Alemanha e na Suíça, formando-se em agrotecnia e em filosofia.
Foi presidente do Partido Republicano Paulista (PRP).
 
Nomeado segundo governador de São Paulo (18 de outubro de 1890 a 7 de março de 1891), foi eleito como o sétimo presidente do Estado, governando novamente entre 1904 e 1908.
 
Destacou-se como reformador da Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, trazendo da França uma missão militar da Gendarmerie, para instruí-la de acordo com o modelo da corporação de Paris.
 
Em 1906 promoveu o Convênio de Taubaté, quando se juntavam esforços para a defesa do preço internacional do café.
 
Em seu governo a Estrada de Ferro Sorocabana foi adquirida da União e arrendada para um grupo norte-americano, foi criada a Polícia Civil do Estado de São Paulo em 1906, as primeiras carteiras de identidade do estado em 1904 e feita uma nova constituição estadual em 1905.
 
Depois de seu mandato prosseguiu na carreira pública. Foi secretário de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas no governo de Bernardino de Campos.
 
Atuou no Senado do Congresso Legislativo do Estado de São Paulo, entre 1892 e 1924, sendo seu Presidente de 1915 a 1924.
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Depois de 1924 ocupou o cargo de ministro e presidente do Tribunal de Contas do Estado.

BRAZ CUBAS

JD SANTA ROSÁLIA
 
BIOGRAFIA
 
Bráz Cubas (Porto, dezembro de 1507 — Porto, 1592) foi um fidalgo e explorador português. Fundador da vila de Santos (hoje cidade), governou por duas vezes a Capitania de São Vicente (1545-1549 e 1555-1556). É considerado por alguns historiadores como fundador de Mogi das Cruzes, em 1560.
 
Filho de João Pires Cubas e de Isabel Nunes, chegou ao Brasil no ano de 1531 com a expedição de Martim Afonso de Sousa, fundador da vila de São Vicente.
 
Em 1536 recebeu sesmarias na recém-formada Capitania de São Vicente, onde desenvolveu a agricultura da cana-de-açúcar e montou engenho de açúcar. Chegou a ser o maior proprietário de terras da baixada santista, fundando um porto, uma capela e um hospital - a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos (1543), que dariam origem à vila, atual cidade de Santos.
 
Sendo o porto de Santos mais bem localizado que o de São Vicente, Bráz Cubas foi o responsável pela transferência do porto da Ponta da Praia para o centro, nas cercanias do Outeiro de Santa Catarina.
 
Capitão-mor de São Vicente (1545), em 1551, foi nomeado por D. João III Provedor e Contador das rendas e direitos da Capitania; no ano seguinte, fez erguer o Forte de São Felipe na ilha de Santo Amaro. Teve participação destacada na defesa da Capitania contra os ataques dos Tamoios, aliados aos franceses. Mais tarde, por ordem do terceiro Governador-geral Mem de Sá, realizou expedições pelo interior em busca de ouro e prata. Teria chegado até à chapada Diamantina no sertão da Bahia.
 
Suas tentativas de escravizar os indígenas resultaram numa revolta que acabou por determinar o surgimento da Confederação dos Tamoios, que só pôde ser parcialmente contida pela atuação dos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.
 
Ao falecer, era fidalgo da Casa Real e um dos homens mais respeitados da Capitania. O título de Alcaide-mor da vila de Santos passou a seu filho, Pero Cubas.
 
Não tem nenhuma relação com o personagem homônimo de Machado de Assis, apesar do personagem fictício referir-se ao Brás Cubas histórico no início da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas.