terça-feira, 1 de outubro de 2013

CONSELHEIRO JOÃO ALFREDO

VILA ASSIS
 
BIOGRAFIA
 
João Alfredo Correia de Oliveira (1835-1919) nasceu no engenho São João, na ilha de Itamaracá, Pernambuco, propriedade de seu avô materno. Filho do Tenente Coronel Manuel Correia de Oliveira e de Joana Bezerra de Andrade. Viveu a sua infância na casa grande do engenho Uruaé, propriedade de seus pais, em Goiana. Mais tarde transferiu-se para Olinda, onde fez seus estudos de Humanidades e Direito.
 
Depois de formado foi encaminhado à vida publica por seu sogro e tio João Joaquim da Cunha Rego Barros, que chefiava o partido conservador em Pernambuco. Foi delegado de polícia e promotor público no Recife. Exerceu o mandato de deputado à Assembleia Legislativa Estadual, de 1858 a 1861. Ainda em 1861, foi eleito pela primeira vez para a Assembleia Geral do Império e reeleito em 1868. No ano seguinte, por alguns meses, foi presidente da província do Pará.
 
Em 1870, João Alfredo inicia sua vida ministerial, convocado pelo Visconde de São Vicente, para fazer parte do 24º gabinete imperial, como ministro do império. O gabinete durou cinco meses, sendo substituído por outro chefiado pelo Visconde do Rio Branco. Esse gabinete foi o mais longo do império, de 1871 a 1875. Nele foi aprovada a Lei do Ventre Livre e determinado o primeiro censo da população do Império. Foi firmado o tratado que determinou os limites entre Brasil e Paraguai.
 
João Alfredo soube arregimentar na Assembleia um expressivo número de deputados que davam sustentação ao governo. Quando foi aprovada a Lei do Ventre Livre, ele contou com Pinto de Campos, não só produzindo um parecer preciso para o projeto de lei, como controlando a presença dos deputados nas reuniões da Assembleia.
 
Em 1876, foi eleito, na lista tríplice, para Senador do Império, assim como para o Conselho do Estado. Quando a Princesa Isabel se encontrava na Regência e se desentendeu com o Barão de Cotergipe, então presidente de Conselho do Império e conhecido por suas ideias escravocratas, João Alfredo assume o posto.
 
Entre agosto e outubro de 1885, exerceu a presidência de São Paulo, onde dedicou grande atenção aos problemas educacionais e a expansão da agricultura. Para o levantamento dos recursos naturais da província, cria o Instituto Geográfico e Geológico. Governou São Paulo numa época em que uma parte dos barões do café estavam distantes da monarquia, por considerá-la centralizadora.
 
João Alfredo foi convidado em março de 1888 para ser presidente do Conselho de Ministros. Assumiu o compromisso de abolir a escravidão, organizando um ministério sobre o qual teria todo o controle. Finalmente João Alfredo apresentou o projeto, no qual, em um artigo decretava o fim da escravidão no Brasil, e no outro estabelecia que estavam revogadas as disposições em contrário. A sanção imperial se deu a 13 de maio.
 
D. Pedro II, ao ter notícia da promulgação da Lei Áurea, volta ao país, na ocasião em que já se discutia a sua sucessão. No dia 15 de novembro de 1889, era Proclamada a República. O imperador e sua família voltam para Portugal. João Alfredo continuou a viver no Rio de janeiro, e só volta a ocupar cargo público, no governo de Hermes da Fonseca, já idoso ocupou a presidência do Banco do Brasil. Não conseguiu concluir o livro de memórias políticas que desejava publicar. Seu arquivo se encontra na Biblioteca Central da Universidade Federal de Pernambuco.
 
João Alfredo Correia de Oliveira, o Conselheiro João Alfredo, morreu no Rio de janeiro, no dia 6 de março de 1919.

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